Como não me lembrar da lição aprendida por Jonas, instalado no lado leste de Nínive, a cidade que seria alvo do juízo divino? Deus sonhara um grande futuro para os ninivitas. No entanto, o povo se afastou dele e praticou as piores desgraças. Jonas deveria ser o mensageiro do iminente juízo divino. E assim foi. Jonas pregou naquela cidade, do tamanho de três dias de caminhada. E os homens creram. Até mesmo o rei decretou jejum de alimento e água para todo o povo e para os animais. Ele e os súditos vestiram-se de saco e cinzas e arrependeram-se, para surpresa e fúria de Jonas, que ficou inconformado de ser visto como um profeta de palavra duvidosa. Quis morrer. Sim, Deus se arrependeu do mal que Jonas anunciara. O profeta, por sua vez, desejando presenciar do lado de fora o castigo de Deus ao povo, fez uma cabana e ali esperou, quem sabe, cair fogo do céu. Não veio o fogo. O calor dali se intensificou e ele quis novamente morrer. Deus fez com que uma aboboreira nascesse e lhe desse sombra por algumas horas, mas secou-se depois que Ele também permitiu que um bicho a devorasse. Frustradíssimo com a morte da aboboreira, o profeta reclamou pra Deus, pois o calor voltou a incomodá-lo, complicando tudo por ali.
“Você teve compaixão dessa aboboreira que nem plantou, nem cuidou?" Deus o questionou. "Como eu não teria compaixão de um povo, de 120 mil pessoas e seus rebanhos que nem sabem distinguir entre a mão direita e a esquerda mas se arrependeram de seus maus caminhos?" argumentou o Senhor, fazendo-o pensar.
Assim é nosso Pai: "compassivo, misericordioso, longânimo, grande em benignidade, e que se arrepende do mal" como o próprio Jonas declarara. ( Jonas 4:2) Infelizmente, apenas soubera disso de modo intelectual. Agora o profeta experimentava como coadjuvante, numa missão de salvação de todo o povo.
Plantei várias aboboreiras para ter sombra na porta da cozinha no próximo verão.
Uma delas, linda! Vicejante, a mais promissora. Subiu pela rede com poderosas gavinhas, estendeu-se por vários metros, prometeu muitas aboborazinhas, MAS, rendeu-se a uma praga que se espalhou terrivelmente em poucos dias, comprometendo folhas, gavinhas, novos brotos e outras plantas.
Foi preciso extirpá-la, como tudo na vida que sobrevive pela auto-suficiência, como tudo que se afasta do círculo da boa terra, da terna disciplina e paternais cuidados do amor de um Deus Criador.
Nessa outra história, simbolicamente, seria EU a atriz principal?
Estou sem sombra para a cozinha, mas livre da ameaçadora praga. Duas histórias. Juízos distintos.
(Cf. Bíblia Sagrada. Jonas 3 e 4.)
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