"Estudante que chega pra trabalhar até que poderia ter uma recepção no desembarque com faixas de boas vindas (ou "boas vendas" rsrsrsr) e, com muita imaginação, já que estou no Japão e é verão, uns fogos de artifício não seriam nada mal!
Delírio, meus caros amigos.
Ninguém estava lá no meu solitário desembarque. Ainda bem que fotografei o mapa em casa, prevendo a saga, a falta de Wi fi, e tudo o mais. Levava apenas o telefone de uma das líderes, que me contactara e me orientaria caso precisasse, por telefone. E, por cima, passei um susto: preocupada em avisar a líder sobre minha chegada, esqueci a mala no bagageiro do ônibus, por uns minutos e quase o ônibus se foi, mas o motorista, confirmando o já dito, mostrou-se gentil mesmo e me atendeu com a mala já fora.
Na verdade, é esse o custo real de se ter mais de 16 anos neste país, que treina os filhos desde que nascem para uma independência "precoce", para não darem trabalho "extra" aos pais, professores, líderes, para serem fortes e eficientes diante das catástrofes ou calmarias da vida.
E por falar nelas, a lama toda que resultou das enchentes recentes deste verão já está no fim em menos de duas semanas em Gifu e Hiroshima. Esse povo já conseguiu deixar ruas, calçadas, áreas públicas, tudo praticamente limpo e sem entulhos. As várias cidades afetadas, na maioria, já cancelaram as ajudas externas. E justamente ontem, meu irmão caçula fez um treinamento na piscina na escola para aprender a sobreviver quando se cai na água, sem saber nadar: aprendeu a usar garrafa de 1,5 l. e sacola plástica para boiar, além de aprender a usar a própria roupa como "bóia".
Por isso não tive gente para me buscar no aeroporto: era hora de usar as minhas "bóias", pois os líderes tinham coisas "mais importantes para fazer" e eu deveria usar as próprias pernas, neurônios e o mapa da região. Surpresa boa: a líder me esperava sim, no ponto onde deveria descer. Uma gentileza é sempre bem vinda nesta cultura do "faça por você mesmo".
Encontrada a líder, ela me levou para um "Sentou", um local público para banho coletivo, obviamente só entre mulheres ou só entre homens. Mais simples que um "onsen". Coisa curiosa foi ver que eles cobravam por 3 minutos de uso do secador de cabelos. Encontrei alguns conhecidos.
Entregaram, antes de dormir, um "futon". "Caramba, precisarei do meu caso de dormir?" Foi quando conhecei a lacrimejar, meu nariz começou a arder. A colega ao lado achou que estivesse chorando e veio saber o que se passava. "Alergia a ácaros", respondi a ela... e a solução foi mesmo usar meu amado saco de dormir.
Ventiladores nos esperavam no alojamento. E senti que outras frugalidades viriam, como a ausência de Wi fi, um osso duro de roer, já que prometi fazer esse diário de bordo."
Delírio, meus caros amigos.
Ninguém estava lá no meu solitário desembarque. Ainda bem que fotografei o mapa em casa, prevendo a saga, a falta de Wi fi, e tudo o mais. Levava apenas o telefone de uma das líderes, que me contactara e me orientaria caso precisasse, por telefone. E, por cima, passei um susto: preocupada em avisar a líder sobre minha chegada, esqueci a mala no bagageiro do ônibus, por uns minutos e quase o ônibus se foi, mas o motorista, confirmando o já dito, mostrou-se gentil mesmo e me atendeu com a mala já fora.
Na verdade, é esse o custo real de se ter mais de 16 anos neste país, que treina os filhos desde que nascem para uma independência "precoce", para não darem trabalho "extra" aos pais, professores, líderes, para serem fortes e eficientes diante das catástrofes ou calmarias da vida.
E por falar nelas, a lama toda que resultou das enchentes recentes deste verão já está no fim em menos de duas semanas em Gifu e Hiroshima. Esse povo já conseguiu deixar ruas, calçadas, áreas públicas, tudo praticamente limpo e sem entulhos. As várias cidades afetadas, na maioria, já cancelaram as ajudas externas. E justamente ontem, meu irmão caçula fez um treinamento na piscina na escola para aprender a sobreviver quando se cai na água, sem saber nadar: aprendeu a usar garrafa de 1,5 l. e sacola plástica para boiar, além de aprender a usar a própria roupa como "bóia".
Por isso não tive gente para me buscar no aeroporto: era hora de usar as minhas "bóias", pois os líderes tinham coisas "mais importantes para fazer" e eu deveria usar as próprias pernas, neurônios e o mapa da região. Surpresa boa: a líder me esperava sim, no ponto onde deveria descer. Uma gentileza é sempre bem vinda nesta cultura do "faça por você mesmo".
Encontrada a líder, ela me levou para um "Sentou", um local público para banho coletivo, obviamente só entre mulheres ou só entre homens. Mais simples que um "onsen". Coisa curiosa foi ver que eles cobravam por 3 minutos de uso do secador de cabelos. Encontrei alguns conhecidos.
Entregaram, antes de dormir, um "futon". "Caramba, precisarei do meu caso de dormir?" Foi quando conhecei a lacrimejar, meu nariz começou a arder. A colega ao lado achou que estivesse chorando e veio saber o que se passava. "Alergia a ácaros", respondi a ela... e a solução foi mesmo usar meu amado saco de dormir.
Ventiladores nos esperavam no alojamento. E senti que outras frugalidades viriam, como a ausência de Wi fi, um osso duro de roer, já que prometi fazer esse diário de bordo."
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