Tem coisas que não contei porque não dá tempo mesmo. Por isso, enviei um audio de 5,18 segundos por email para a minha mãe, quem mais me acompanha nesta saga. Ela aprendeu a colportar com o pai e os irmãos, minhas tias e tio, no início dos anos 90. Na verdade, meu avô já colportava na década de 50 pelo estado de São Paulo quando saiu da colônia japonesa a convite de outro colportor estudante, chamado Shirai, para estudar no antigo CAB, hoje UNASP. Ele se tornou pastor. Ele e meu tio saíram para colportar pela primeira vez em campanha de férias, em Caraguatatuba, SP. Como era cidade praiana, minha mãe conta que sempre ficava pensando e passando em frente à praia, mas não podiam aproveitá-la para não desfocarem do objetivo. Que coisa! Seria a praia de Caraguá os campos de lavanda de Hokkaido? É preciso foco!
Acho que preciso honrar primeiro a Deus, pela providência de nos manter na fé por esse ministério, que alcança a 3a geração com os filhos de minha tia e comigo.
Acho que preciso honrar primeiro a Deus, pela providência de nos manter na fé por esse ministério, que alcança a 3a geração com os filhos de minha tia e comigo.
Contei no audio que fui uma das 3 pessoas a não conseguir memorizar a apresentação pessoal e dos livros em até 1 minuto e 50 segundos. Dão o nome de "canvas", é o que no Brasil se chama de "apresentação pessoal e oferta". E por que falar tão rápido o que está em quase uma folha inteira de sulfite?
Porque a metodologia do Youth Rush, "Corrida Jovem", também aplicada em outros países, é o estudante memorizar todo o conteúdo de modo ágil para ter menores chances de esquecê-lo. E é mais fácil, em caso de esquecimento de algum trecho, recuperar a informação perdida.
Assim, a maioria saiu para experimentar seu primeiro momento de trabalho já hoje, 6a feira de manhã, às 9h. (Chegamos na 4a feira aqui, mas considero hoje o primeiro dia de trabalho pela saída deles). E eu e mais dois rapazes ficamos para mais treinamento, já que não memorizamos assim ontem. E foi melhor, pelo menos pra mim, pois com foco em nós, foi mais fácil entender as explicações em japonês. Lembro vocês de que meu conhecimento da língua local é equivalente a uma 5a série primária.
O líder geral orientou-nos a respeito de como fazer as transições. A técnica se chama QAIC: question, answer, connection ( pergunta, resposta, conexão). É mais difícil, pois ainda não li todos os livros EM JAPONÊS. E depende também do meu domínio do japonês.
"Senhor, me ajude, tem misericórdia de mim e do Samuel."
Samuel é filho de missionários hispanos. Ele está neste
grupo também com conhecimento limitado de japonês. Veio para cá há poucas semanas sem saber falar nada de japonês. Tem 16 anos. Passou semanas antes desta campanha dormindo na igreja jovem de Setagaya, nas imediações de Tokyo, para onde irão parte do excesso das ofertas mundiais do 13o sábado deste trimestre. É admirável saber que os pais e ele entenderam que estar aprendendo em todas as férias de verão um novo idioma em missão seria mais proveitoso para sua vida como jovem adventista.
Falamos inglês, mas a
colportagem aqui é para residentes locais, por isso o inglês não
serviria, "a priori". Nem o espanhol do Samuel, nem o meu português. Só se, eventualmente, alguém se desculpasse em
inglês, em espanhol ou em português e dissesse que não entende japonês, mas isso é é uma chance
remotíssima. Minha mãe até pensou em usarmos um crachá do tipo "Falo português/espanhol e inglês" mas não sei se isso poderia... vamos ver!
Assim, me foquei no treinamento, apesar de considerá-lo difícil.
O
grupo que foi de manhã voltou ao meio dia e almoçamos juntos na igreja.
Minha nossa! Vejam essa: Uma dupla de moças conseguiu vender para um
senhor dois livros "O Desejado de Todas as Nações" e "O Grande
Conflito". Isso animou e consolou o pessoal.
Agora, preciso descansar. Enfim, veio o Sábado. Nosso dia oficial de trabalho será no domingo.
Ei, vocês estão orando por nós? Intercedam pelo grupo de Sapporo, ok?
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